Somos (mesmo) todos “anormais”…

Chamar anormal a alguém não é bonito. Pior que isso, é fazer troça de quem sofre com alguma dificuldade física ou psicológica, que causa impedimento para que a vida possa correr de modo a que chamamos “normal”.

Mas com tanta necessidade de marcar espaço num mundo tão estridente, colorido e confuso, existe quem sobressaia não pelo que faz, mas sim pelo que não faz. São pessoas ditas “anormais” nos dias de hoje. 

O que é curioso é que essa “anormalidade” não é nova e já vem dos tempos de Adão e Eva. Quando pensamos em pessoas como Enoque, Job ou Estevão, somos confrontados com gente “anormal” para a sua época e sociedade. Gente cheia do Espírito Santo e focada em Deus, exemplos para nós. Enoque foi “guardado” por Deus depois de uma vida de proximidade e intimidade com Ele. Job passou “as passas do Algarve” ao perder todas as riquezas, filhos e filhas. Estevão foi morto à pedrada porque desafiou o politicamente correto e anunciou o Evangelho sem medos, perante quem o acusava de dizer heresias. 


Sermos “anormais” tem um preço. Por vezes paga-se caro, outras vezes paga-se mais barato. Mas o preço de tudo foi pago por Jesus na cruz. E o desafio Dele é: sê “anormal”! Vive de modo amoroso num mundo agressivo. Anuncia a reconciliação entre Deus e o ser humano (independentemente do sexo, raça, estatuto social ou credo) através da confissão dos nossos pecados, do perdão de Jesus e de O seguirmos custe o que custar. 

Somos chamados para ser “anormais” num mundo em que o sexo vendido a potes, a violência que nos anestesia continuamente e toda uma série de coisas que danificam o coração e o espírito do ser humano, precisam de ser combatidos pela revolução que Jesus causa na nossa vida.

Porque no fundo, somos mesmo todos “anormais”. Resta-te escolher se queres ser contra a norma social atual (que é egoísta) ou se queres ser mais um peixe no lago, sem experimentar o amor, a paz e a segurança dos braços de Deus.

Já que somos todos “anormais”, sê “anormal” em relação ao padrão (supostamente) certo. E deixa que Deus te use, para que o que hoje é regra, cada vez mais se transforme numa longínqua exceção. 



Ricardo Rosa

in revista BSteen, setembro 2017. Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico

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