O que é que me dizes, Jamie Oliver?
Conhecido mais para
uns do que para outros, o chef britânico
Jamie Oliver “iniciou há 10 anos uma
muito pública luta contra a obesidade. Desde tentar, tanto no Reino Unido como
nos EUA, mudar as ementas das cantinas escolares até encontrar-se com
governantes no sentido de incentivar medidas de controlo do consumo de produtos
processados, o cozinheiro de 40 anos tem como missão mudar os hábitos
alimentares de milhares”, refere o Jornal
de Notícias.
Esta “batalha” que o
famoso cozinheiro empreendeu, agora através também de um programa televisivo, é
baseada na preocupação de termos uma alimentação sadia, num mundo tão cheio de
comida de “plástico”. E, de facto, ter uma alimentação saudável é... saudável,
mas nem todos a fazemos, pelos mais diversos motivos. E, quando falamos da
maneira como alimentamos o espírito e a alma, poderemos dizer exatamente a
mesma coisa.
De facto, há por aí
muita “comida pré-cozinhada”. Basta ligarmo-nos a qualquer rede social virtual
para darmo-nos conta disso. Frases bonitas com uma aparente espiritualidade
bíblica mas cujos conteúdos, ao serem analisados à luz das Escrituras, têm
muito que se lhe diga. Versículos tirados do contexto, “apetitosos” mas
perigosos. “Meias-verdades” repetidas em vídeos, através de um discurso bem
articulado, que ao longo do tempo começam a “tornar-se” verdades. A grande
questão não é fugirmos da realidade... mas sabermos “comer”.
Primeiro, a nossa
alimentação espiritual não deve ser falsificada, adulterada. Pedro aconselha na
sua primeira carta “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos,
o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo” (1
Pedro 2:1, ACF). Quando tentamos tornar mais light a Palavra de Deus ou dar-lhe um “tempero” exageradamente
forte, estamos a adulterar a verdade... e a verdade adulterada é, de facto, uma
mentira.
Depois, é preciso
que essa alimentação seja consistente com a nossa maturidade. O “leite” já não
é suficiente para um adulto. Paulo explica aos coríntios: “Irmãos, pela
minha parte não pude falar-vos como a pessoas que vivem do Espírito, mas como a
pessoas muito apegadas a este mundo, como crianças na fé. Dei-vos
leite a beber em vez de comidas fortes, porque não as aguentavam e nem agora as
aguentam ainda. Orientam-se ainda por critérios mundanos. Quando se deixam
levar por invejas e rivalidades, não acham que estão a seguir critérios
mundanos?” (1 Coríntios 3:1-3, BPT)
Aos Hebreus, o
escritor da carta lamenta-se “Já era tempo de serem mestres. Mas a verdade é
que ainda precisam que alguém vos ensine outra vez as coisas fundamentais da
palavra de Deus. Ainda precisam de se alimentar de leite, quando já deviam
estar a comer alimentos mais fortes. E quem se alimenta de leite não passa
de uma criancinha, sem saber distinguir o que está certo do que está
errado. Os adultos, pelo contrário, alimentam-se de comidas fortes, visto
que, por experiência, já chegaram ao ponto de saber distinguir o bem do mal.” (Hebreus
5:12-14, BPT)
É mais fácil
deixarmo-nos levar pelas distrações do dia a dia, as “frases feitas”, este ou
aquele autor, as mensagens emocionantes e aquilo que nos “sabe bem”. Daí vem a
imaturidade espiritual, resultado também da falta de aplicação prática da
Palavra de Deus na nossa vida. Mas só podemos pôr em prática aquilo que
conhecemos. E, para conhecermos as Escrituras, precisamos ler, meditar,
estudá-las, com a ajuda do Espírito Santo.
É urgente estudarmos
a Palavra de Deus, sempre, e deixarmos que o Seu Espírito trabalhe nos nossos
corações, na nossa vida. É urgente darmos importância real e intencional ao
estudo bíblico, para todas as idades, para que possamos distinguir o bem do
mal, e para que possamos crescer de forma saudável e equilibrada. É urgente
revermos as nossas prioridades e darmos o primeiro lugar a Deus.
in revista Novas de Alegria, fevereiro 2016. Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico
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