“Morre atropelada pelo próprio carro”

Era este o título de uma notícia naquela manhã. Despertou-me a atenção pela situação em si e também pelo facto de se tratar de uma conterrânea minha.
Dizia o jornalista que Maria Helena, “uma mulher, de 53 anos, morreu ontem atropelada pelo próprio carro, que terá ficado destravado quando ia abrir o portão de casa, em Casal Pinheiro, nas Caldas da Rainha. A vítima ficou debaixo da viatura e teve morte imediata.”1 Os pormenores do acidente mortal são macabros e dispensamos reproduzi-los... mas tudo isto sucedeu por causa de um pequeno descuido.

No caso do acidente que levou aquela mãe de 53 anos, o terreno era inclinado, o automóvel estava destravado e, quando abriu o portão... já se está mesmo a ver o que aconteceu!
Há coisas tão básicas mas tão importantes! Tão simples e automáticas que, por vezes, nos esquecemos delas... pode não acontecer nada de grave, pode ser apenas um pequeno “toque”, ou pode acontecer algo irreversível – a morte.
Um pequeno descuido, um ligeiro erro, uma falha mínima pode tomar repercussões chocantes – para nós ou/e para os outros. Um “perdoa-me” que ficou preso nos nossos lábios. Uma pequena mágoa que alimentamos e cresce desproporcionalmente. Uma atitude, um gesto, uma palavra altruísta que se nega por puro egocentrismo e ganância emocional. E, assim, matam-se relacionamentos, ferem-se corações, atrofiam-se amizades, casamentos, famílias, etc.
Um “pequeno” descuido marcou-nos definitivamente a todos. Algumas palavras distorcidas levaram os primeiros seres humanos ao engano. E essa “pequena” desobediência ao único limite imposto, abrindo a porta a todos os nossos “grande e pequenos” erros, descuidos, pecados. Os nossos erros não são mesuráveis (daí as aspas), e as suas consequências são desconhecidas em toda a sua extensão e proporção. Mas o resultado garantido é a separação de Deus, o nosso Criador. E esta separação, aqui e agora, tem consequências para o nosso futuro (depois da morte – com que teremos de nos confrontar, quer queiramos quer não).
Felizmente, houve um pequeno bebé que nasceu para viver sem descuidos, morrer sem pecado (em nosso lugar) e voltar a viver para sempre... e para nos dar a oportunidade de termos uma relação direta com Deus, aqui e agora, sempre e eternamente. Apesar dos erros, descuidos e pecados, Ele deu-Se voluntariamente e incondicionalmente, para que o maior desastre das nossas vidas fosse evitado – vivermos condenados a uma eternidade longe de Deus. O Seu nome é Jesus.
“Deus amou de tal modo o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crer não se perca, mas tenha a vida eterna. Não foi para condenar o mundo que Deus lhe enviou o seu Filho, mas sim para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus.” (João 3:16-18, BPT)
“Uma vez que temos um sumo sacerdote tão importante, Jesus, o Filho de Deus, que chegou até à presença do próprio Deus, estejamos firmes na confissão da nossa fé. Sabemos que o nosso sumo sacerdote se compadece das nossas fraquezas, pois foi tentado em tudo como nós, sem cair no pecado. Aproximemo-nos, pois, com toda a confiança, do trono da graça e assim conseguiremos alcançar misericórdia e graça e encontrar ajuda no momento próprio.” (Hebreus 4:14-16, BPT)
O que Jesus fez não foi pequeno, mas grande – tão grande que Ele pode salvar todo e qualquer um que se reconhece pecador, e que O reconhece como Salvador e Senhor.

Ana Ramalho Rosa


in revista Novas de Alegria, setembro 2015

Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico


1 GOMES, Francisco, “Morre atropelada pelo próprio carro”, Correio da Manhã, publicado a 11 de junho de 2015, www.cmjornal.xl.pt, consultado a 12 de junho de 2015.






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