(In)satisfeitos?

A nossa sociedade não é muito diferente de outras que a antecederam. Muda o estilo do vestuário, aspetos da linguagem, as técnicas de construção civil, os meios de comunicação, mas a insatisfação do ser humano é transversal.
Vê-se na História Universal e na nossa história pessoal. Vivemos numa sociedade insatisfeita que se consome à procura da satisfação.
“Ó vós todos os que tendes sede, vinde às águas, e vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. Inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei um concerto perpétuo, dando-vos as firmes beneficências de David. (...) Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” (Isaías 55:1-3,5-6)
O panorama que Isaías regista é claro: o povo tinha-se virado para a busca da satisfação pessoal através dos seus próprios meios, mas a insatisfação continuava. O investimento prioritário naquilo que não preenchia o coração era cíclico e aumentava com a insatisfação. Estavam à procura de respostas no lugar errado.
Como o povo de Israel, precisamos escutar o convite de Deus para irmos ter com Ele, aproximarmos os nossos ouvidos, focarmos a nossa atenção n’Ele.
A verdadeira vida, a verdadeira satisfação vem quando respondemos positivamente à voz de Deus. O Homem está de costas para Deus, no seu egoísmo, mas Deus está disponível para ajudá-lo.
É preciso desejar Deus, BUSCÁ-LO: este é o Seu convite. Mas, ao procurar Deus, precisamos deixar outros deuses – tudo aquilo que de facto governa as nossas prioridades, as nossas decisões. É preciso deixar a velha vida e ser transformado numa nova criatura – uma conversão genuína, visível no carácter, crescente de dentro para fora. O perdão dos pecados é a resposta ao arrependimento sincero e à decisão convicta de viver inteiramente para Deus.
Merecemos condenação, mas Deus faz-nos o convite para a redenção, para a transformação em vidas novas. Merecemos a prisão, mas através de Cristo temos liberdade para uma obediência amorosa à Palavra de Deus, através da operação do Seu Espírito mediante a nossa predisposição para viver para Ele.
Deus é grandioso em perdoar, mas o perdão de Deus tem um prazo, que ninguém conhece. Enquanto Ele pode ser achado, vamos buscar ao Senhor. Não para nos “safarmos” do inferno da condenação, mas para sermos salvos de nós mesmos e de todas as coisas, pessoas, situações que nos querem dominar, tomando o Seu lugar.
Qual a sua resposta ao convite de Deus?


Ana Ramalho Rosa

in revista Novas de Alegria, dezembro 2012

Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico


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