O caixão abandonado
“A idosa chinesa foi encontrada imóvel
na cama, duas semanas depois de se ter ferido na cabeça. Foi dada como morta,
mas acordou cheia de fome, seis dias depois”.1
A senhora de 95 anos foi encontrada
pela vizinha “deitada na cama, sem respirar nem dar sinais de vida. Não
conseguiram reanimá-la, foi declarada morta e (...) colocada num caixão para
que os familiares se despedissem.”1 Na véspera do funeral, encontraram
o caixão vazio e descobriram a senhora em casa, a cozinhar...
A verdade é que quando algum familiar
ou amigo próximo morre, e começamos o processo de luto, o que menos esperamos é
que volte à vida, mesmo que o desejássemos. A nossa esperança de reencontro na
eternidade com Deus, para os que antes decidiram viver nessa qualidade de vida
e ansiaram esse destino, é-nos assegurada pela Palavra de Honra de Deus, nas
páginas da Bíblia Sagrada. Ficam as recordações, as lições, o exemplo e a
saudade.
Há uma “outra morte” que se espera ser
também permanente. Chama-se a morte do “eu”, da nossa carne, da tendência que
temos de sermos senhores de nós mesmos, dominados pelos nossos desejos, ávidos por
nos deixarmos seduzir pelo sistema de valores e princípios de vida da
sociedade, a iludirmo-nos pela falsa liberdade que um inimigo dominador,
enganador e astuto que nos vende ao pouco desbarato.
Esta morte é simbolizada pelo batismo. Paulo
explicou à igreja em Roma “Não sabem que
todos nós, os que fomos batizados para estarmos unidos a Jesus Cristo, ficámos
unidos com ele na sua morte? Pelo batismo, fomos sepultados com Cristo e
tomámos parte na sua morte. Assim podemos viver também uma nova vida, à
semelhança d’Ele que ressuscitou da morte pelo poder divino do Pai. Se estamos
unidos a Ele por uma morte como a sua, também havemos de estar unidos a Ele na
passagem da morte à vida. Sabemos que aquilo que nós éramos antes morreu com
Cristo na cruz, para ser destruído o que em nós havia de mal e para não sermos
mais escravos do pecado.” (Romanos 6:3-6, versão “A Bíblia para Todos”)
A questão é esta: enquanto ainda
estamos neste mundo, temos uma luta interior entre o nosso “eu” (e afins) e a
vontade de Deus. Muitas vezes, como a senhora chinesa de 95 anos, as pessoas
vão ver o nosso “eu” fora do caixão que prometemos não abandonar. Vamos ter
atitudes que revelam como o nosso coração ainda está em processo de
transformação. Vamos ter que nos arrepender, pedir a Cristo que nos perdoe e
que trabalhe nessa(s) área(s) da nossa vida.
Caro leitor, querida leitora, não
desanime! Continue a entregar diariamente a sua vida a Cristo. Lembre-se de que
Ele é o único que nos pode ajudar. Ele venceu o pecado e a morte. Temos um
Salvador compassivo, um Advogado maravilhoso, um Senhor vitorioso que nos dá
todos os recursos para vivermos e não esconde as exigências deste caminho
estreito, apertado mas com um fim glorioso.
“Estou
convencido de que Deus, que convosco começou a sua boa obra, continuará a
aperfeiçoá-la até ao dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1:6, versão “A Bíblia
para Todos”)
Ana
Ramalho Rosa
in revista Novas de Alegria, agosto 2012
Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico
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