‎8 ou 80? Céu ou inferno?

Os dois destinos da vida. 

Não gostamos dos extremos mas somos tentados a cair neles em muitas áreas da vida. Hoje, defender uma ideia “com unhas e dentes” na área da fé/teologia/Bíblia é visto com alguma desconfiança... “Exagero”, “extremismo”, “fundamentalismo” são palavras que usamos para rotular aquilo que achamos demasiado radical. “Nem 8 nem 80”, diz o ditado popular.

A sociedade actual gosta pouco de definições concretas, preto no branco. Tudo é relativizado. Cada um acha-se dono da verdade e tolera todas as ideias (mesmo que contraditórias), desde que a sua não seja posta em causa. Ninguém quer ser contrariado, nem contrariar. Relacionamentos, saúde, opções político-partidárias, religião, cultura: esta realidade acontece em várias áreas da vida.

A vida leva-nos a pensar na morte. Andam de mãos dadas. Uma leva à outra, mais tarde ou mais cedo. O nosso medo do desconhecido leva-nos a temer o pós-vida. E alguns tentam descobri-la por meios ocultos e místicos. O nosso medo de enfrentar o presente, empurra-nos para acabar com ela – com a vida.

Dizem-nos nos bancos da escola, como verdade quase absoluta, que somos resultado de uma explosão e evoluímos... não temos origem num Criador. Viemos do nada vamos para o nada... por isso ficamo-nos por aproveitar o agora. Mas a nossa insatisfação continua dia após dia... Fomos feitos para viver para sempre e, enquanto não encontramos um sentido para a vida, andamos perdidos.

O nosso destino após deixarmos de respirar, acaba por nos confrontar ao longo da vida – um familiar que morre, um amigo que nos deixa num grave acidente, um trágico atentado que leva dezenas de pessoas para esse “outro lado” que desconhecemos.

Precisamos, de facto de uma resposta concreta, real e segura. Será que aquilo que ouvimos acerca do Céu e do Inferno é mesmo verdade? Serão esses os únicos destinos? Não haverá uma terceira opção? E quem é a fonte segura dessa informação – alguém que foi e regressou realmente? Estas e outras questões precisam de uma resposta... e aqui vamos mesmo falar de um “8 ou 80”.

Ao estar entre nós, Jesus Cristo apresentou-Se como “o caminho, a verdade, e a vida”(João 14:6). Ele não apenas afirmou a verdade – Ele é a verdade. Como Filho de Deus que afirmou ser, Jesus veio para anunciar que não precisamos viver mais presos ao nosso passado, confusos no presente ou ansioso quanto ao futuro – mesmo aquele que iremos ter após a morte.

Jesus trouxe uma segurança real e eterna a quem deseja verdadeiramente viver na Sua vontade, escutar e cumprir a Sua verdade, alcançar hoje e para sempre a vida eterna – em qualidade e quantidade. Para ajudar-nos a entender a vida após a morte, Jesus contou uma história simples, clara e desafiadora.

“Havia um rico que se vestia com fatos caríssimos e todos os dias fazia grandes festas. Havia também um pobre, chamado Lázaro, coberto de chagas, que costumava ir para a porta do rico, para ver se ao menos comia as migalhas que caíam da sua mesa. Até os cães vinham lamber-lhe as chagas.O pobre morreu e foi levado pelos anjos de Deus para junto de Abraão. O rico também morreu e foi enterrado. No lugar de sofrimento, onde se encontrava, levantou os olhos e viu lá longe Abraão e Lázaro com ele. Disse então em voz alta: ‘Pai Abraão! Tem compaixão de mim e manda Lázaro molhar na água a ponta do dedo e vir refrescar-me a língua, porque sofro horrivelmente neste fogo!’Mas Abraão disse-lhe: ‘Lembra-te, meu filho, de que em toda a tua vida só tiveste coisas boas, enquanto Lázaro só teve males. Agora ele é consolado e tu atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós, de modo que nem os de cá podem passar para lá, nem os daí para aqui.’ E o rico exclamou: ‘Peço-te, pai Abraão, que mandes Lázaro a casa do meu pai. Tenho cinco irmãos e se Lázaro lá fosse avisá-los já não vinham para este lugar de sofrimento.’Respondeu-lhe Abraão: ‘Para isso têm Moisés e os profetas. Que lhes prestem atenção.’ Mas o rico retorquiu: ‘Não, pai Abraão. É que se alguém, dos que já morreram, fosse lá falar-lhes eles arrependiam-se dos pecados.’ Mas Abraão respondeu: ‘Se não fazem caso de Moisés e dos profetas, também não acreditarão num morto que volte à vida’.”1

Quando algo corrompe o nosso coração e toma o lugar de Deus, estamos a assinar a nossa passagem para o destino pretendido, pois se não queremos viver com e para Deus nesta curta vida, como poderemos querer fazê-lo eternamente?

Nos últimos avisos aos Seus seguidores mais directos – os discípulos – Jesus afirmou: “Vão por todo o mundo e preguem a boa nova a todos, em toda a parte. Quem crer e for baptizado será salvo. Mas quem não quiser crer será condenado.” (Marcos 16:15-16, versão “O Livro”). Há uma escolha – não uma imposição. A Palavra de Deus e os Seus filhos são os principais meios que Ele oferece para mostrar e proclamar ao mundo a mensagem de boas novas, de arrependimento, aceitando Jesus como Aquele que pagou pelos nossos desvios, erros, pecados, falhas e sendo transformados dia-a-dia por Ele.

Como os dois homens da história que Jesus contou podemos escolher também. O Céu é um lugar na presença de Deus, criado para quem decide viver com e para Ele (Mateus 25:46). O Paraíso – o destino que Ele mesmo prometeu a um dos malfeitores que foram crucificados ao Seu lado, e que compreendeu que, de facto, Jesus era a sua única esperança (Lucas 23:39-43). O Inferno é o lugar criado para o Diabo e os seus anjos... e para todos os que, como eles, se rebelam contra Deus (Mateus 25:41; 2 Pedro 2:4).

Jesus abre a porta para que tomemos a nossa decisão. Enquanto respiramos, sentimos e pensamos podemos ser confrontados com estas duas opções: viver com Deus ou sem Deus. Independentemente da nossa conta bancária, estrato social, passado e presente, fama ou anonimato, é aqui e agora que o fazemos.“E assim como está determinado que os seres humanos morram uma só vez, e depois sejam julgados por Deus, da mesma forma também Cristo morreu uma só vez, oferecendo-se a si mesmo em sacrifício pelos pecados de muitos. E virá de novo, mas agora não para tratar do pecado, mas para trazer salvação a todos aqueles que ansiosamente esperam por ele.” (Hebreus 9:27-28, versão “O Livro”)

Ana Ramalho


1 Historia contada por Jesus em Lucas 16:19-31, versão “A BÍBLIA para todos”



 in revista Boas Novas, AD Braga, julho-setembro de 2011

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