Baby boom*

"Um bebé de 18 meses sobreviveu, esta terça-feira, à queda de um oitavo andar de um apartamento em Paris depois de, ter sido amparado na queda, pelo toldo de um café que estava aberto e ter sido apanhado pelos braços de um médico que tudo viu acontecer. A criança estava a brincar, sem supervisão dos pais, perto da janela com outra criança de quatro anos quando se debruçou para fora da varanda acabando por cair. 'Foi um verdadeiro milagre', comenta Gaby, um barman do café cujo toldo de pano ajudou a evitar o pior, amparando a queda da criança. 'Estávamos fechados mas um problema mecânico fez com que não conseguisse recolher o toldo', adianta o empregado."1

Uma história verídica, interessante e improvável, mas real. Poderíamos discutir a responsabilidade dos pais (ou a falta dela). Poderíamos tentar imaginar quais as artimanhas que estas duas crianças inventaram para se meterem nesta aventura. O que sabemos é que o toldo amparou o bebé e alguém estava por perto, arriscou... e conseguiu salvá-lo.

Tantos casos improváveis de vencedores que nos passam pelos olhos, pelas mãos, pela vida. Pessoas que vingaram nas situações mais adversas e horrendas. Histórias que nunca foram contadas no jornal, mas que são marcadas pelas cicatrizes dos acontecimentos da infância, dos abusos da adolescência, dos lutos e das lutas no meio de injustiças, dor e desespero que apenas uma franja de seres humanos consegue realmente entender.

Pessoas que viram para além dos seus limites naturais descobriram todas as oportunidades que a vida lhes estava a dar. Homens e mulheres que aceitaram que era possível tornarem-se em diamantes esculpidos pelo Autor da vida, mesmo que todos à sua volta e dentro de si mesmos lhes chamassem pedregulhos, lixo, sem reciclagem possível.
A queda bombástica de um bebé, tão miraculosamente interrompida é apenas um esboço precoce e ínfimo daquilo que é possível acontecer em qualquer fase da vida, para qualquer pessoa, seja qual for o seu passado, origem, nível económico e social. 
Sim, é possível sermos salvos da queda livre em que somos repetentes, desde que nos lembramos de existir como humanos, cheios de decisões irracionais, esquisitas e tão erradas quanto os resultados desta nossa ‘involução’ – basta ter olhos para ver o estado social da humanidade. Não há rede, nem toldo que nos salve... talvez eles apareçam no papel de pessoas, lutas, dúvidas e inquietações que nos façam parar, pensar e tentar procurar alguma coisa que nos ajude a não estilhaçarmos a nossa alma eternamente... porque é para aí que caminhamos, não tenhamos dúvidas.

Precisamos de alguém que nos ampare e salve de ficarmos despedaçados, condenados, irremediavelmente perdidos e a sofrer para sempre. Alguém que nos salve da vida de sentido efémero e quase tão veloz quanto aquela queda infantil. Alguém que nos leve para além da superfície, para além do aparente, para além daquilo que fica quando fechamos os olhos ininterruptamente. Alguém que tenha arriscado tudo, deixado tudo, investido tudo e o melhor para nos salvar.

"Depois de ter falado em todas estas coisas, Jesus levantou o olhar para o céu e disse: Pai, chegou a altura. Revela a glória de teu Filho para que ele te possa dar também glória a ti. Porque lhe deste autoridade sobre cada ser humano em toda a terra. Ele dá a vida eterna a todo aquele que tu lhe confiaste. E a vida eterna significa conhecer-te a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste ao mundo." (João 17:1-3, versão "O Livro")

Sim, precisamos aceitar essa vida eterna, pela simples decisão de fazer do Doador da vida nosso cúmplice, governador e consolador. Precisamos cair nos braços de Jesus, urgentemente.

Ana Ramalho Rosa

Baby Boom na tradução literal significa “explosão de bebés”. Refere-se a qualquer período onde o coeficiente de natalidade cresce de forma acentuada e anormal. Pessoas nascidas nesse período são chamadas de Baby Boomers. (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Baby_boom)
1http://www.boasnoticias.pt/index.aspx?p=MenuDetail&MenuId=4118&ParentId=22

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