“Branco mais branco, não há!”

Quem não se recorda deste slogan do anúncio de uma marca de detergente?

Ainda hoje, se estivermos atentos à publicidade que se cruza com os nossos olhos, vamos ser surpreendidos por um produto que “lava mais branco”, um outro que limpa com tanta eficácia que até ao passar “o algodão, não engana”... ou podemos ir mais longe e rever um clássico português “A Aldeia da Roupa Branca”.

Posso vestir a roupa mais branca e impecável do mundo, e ter um coração carbonizado, corroído e imundo pelos meus pensamentos. O meu cadastro verbal estar cheio de um palavreado que derruba o outro, desdenha do que erra, blasfema por capricho egoísta, não satisfeito. O meu ficheiro de atitudes me faça baixar a cabeça, pelos gestos de revolta, as mazelas de acções contínuas de pouca pureza, o descontrolo que minou a minha sobriedade, a preguiça que me domina, os vícios macabros que me iludem e matam aos poucos. E tudo isto tem um nome: pecado.

Não vale a pena branqueá-lo nas palavras, suavizá-lo nas consequências, dilui-lo no peso eterno que tem. Ele existe e separa-nos de Deus – Aquele a quem temos traído em pensamentos, atitudes e palavras.

Honro o comentário deixado no Facebook por Torcato Lopes, colaborador de longa data da revista Novas de Alegria “Sabemos, e aprendemos: amar o pecador e odiar o pecado, por isso temos de pregar contra ele: pecado. (...) Pecado é pecado. Às vezes oiço branqueá-lo, e só o sangue de Jesus branqueia o pecado, como está escrito em Isaías” – “Venham então ter comigo e conversemos! - diz o Senhor. Por mais profundas que sejam as manchas do vosso pecado, eu poderei tirá-las, e tornar-vos tão limpos como a neve ao cair. Ainda que essas manchas sejam vermelhas como o carmesim, poderei tornar-vos brancos como a mais branca lã!”(Isaías 1:18, versão “o Livro”)

Só procuramos uma cura quando estamos conscientes da doença, uma resposta quando questionamos, uma limpeza determinante quando a mancha é reconhecida.

Ao não assumirmos a realidade dos nossos erros de consequência eterna, privamo-nos de estar perto de Deus, hoje e amanhã.

Eu quero ser inundada pelo amor perdoador de Deus. Limpa por dentro pelo sangue purificador de Jesus, para que possa brilhar por dentro e por fora, naquilo que penso, digo e faço.

As minhas tentativas frustram-se. Os meus métodos caem por terra, mais cedo ou mais tarde. Mas a purificação que vem do Pai, através do acto de Jesus ao dar a Sua vida por mim na cruz, resolve o meu problema mais profundo, o pecado.

Quando Jesus faz isso, pela minha escolha pessoal, olho para o meu coração e digo “Branco mais branco, não há!” 

Ana Ramalho

in revista Novas de Alegria, Agosto 2010

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