Lições da Austrália

Visitei o país dos meus sonhos, estive na Igreja de Hillsong e aprendi muitas coisas!

Desde os 12 anos que sonhava visitar a Austrália... Desde essa altura, tive oportunidade de conhecer pessoas que já lá tinham estado a viver ou simplesmente de férias. Todos me diziam a mesma coisa: se puderes ir, vai!

Mais do que um sonho, ir ao outro lado do mundo tornou-se um objectivo... especialmente quando comecei a conhecer o trabalho de louvor e adoração da Igreja de Hillsong, que é uma das maiores (senão a maior) Assembleias de Deus na Austrália. Fiquei espantada quando vi, no site oficial, que esta igreja começou há 20 anos com cerca de 70 pessoas e hoje tem, espalhadas na área metropolitana de Sydney, 14.000 membros. Não acham que é interessante??

Este ano, Deus abriu as portas para realizar o meu sonho de quase 18 anos. Juntei o útil ao agradável e estive cerca de 3 semanas a visitar Sydney, os arredores e a participar na Conferência Hillsong. Foram umas férias que nunca mais vou esquecer, acredita!

Mas... mais do que satisfazer a vossa curiosidade acerca do país e da Igreja, escrevo este artigo para partilhar convosco alguns pensamentos e lições que fui coleccionando na minha viagem.

Quando vamos a uma Igreja como aquela podemos ficar tão focados na maneira como está organizada, na maneira como o culto está estruturado, no modo como tudo funciona que não vemos aquilo que realmente importa: a causa que faz aqueles crentes trabalhar, evangelizar e preparar a igreja para a Grande Comissão.
Uma coisa é certa: não podemos copiar todos os métodos, organizações e tipos de Igrejas simplesmente porque Deus os está a usar numa cultura, numa sociedade, numa nação particular. Por funcionar ali, não significa que funcione na Ásia, em África ou na Europa.

Estamos em Portugal. Temos de olhar para a nossa cultura, a nossa sociedade, a nossa nação, o início do nosso movimento e orar a sério, para que Deus nos ajude a compreender como podemos conquistar a nossa nação para Ele.

Voltarmos ao que é básico e que se calhar se perdeu durante a nossa caminhada cristã... voltarmos à simplicidade, à pureza, à integridade, à paixão por Deus e pela vida das pessoas... e realizar eventos, actividades, retiros, com objectivos claros para todos os que trabalham e participam: trazer pessoas das trevas para a Luz. Olhar para a nossa escola, o nosso emprego, o nosso prédio, o nosso bairro e recomeçar a orar pelos perdidos, a falar de Jesus com as nossas palavras e o nosso testemunho.

Estarmos prontos e dispostos para pagar o preço da diferença, colocando a vontade moral de Deus (Bíblia) em primeiro lugar na nossa vida. Prontos para ajudar no que for preciso, lá na nossa Igreja onde podemos ser os únicos jovens... Sermos pessoas disponíveis na nossa Igreja Local, prontos para dizer, com sinceridade, ao nosso pastor “Estou aqui para o que for preciso”. Compreendermos que Deus nos quer usar  onde nós estamos, através dos nossos talentos, do nosso tempo, dos nossos recursos financeiros, de toda a nossa vida.

E agora, que voltamos das férias, dos retiros, é tempo de pensar... e tirar conclusões.
-    Quantas vezes faço jejum e oração pela salvação dos meus amigos?
-    Quantas vezes não me disponibilizo a ajudar na igreja, simplesmente porque não me apetece?
-    Fico triste quando alguém lá na escola goza com as coisas de Deus?
-    Quantas vezes oro pelo meu pastor?
-    Perfiro ficar nas primeiras filas do templo, ou cá atrás para andar a passar recadinhos aos meus amigos? Como é que Deus vê a minha atitude no culto?

Estes pontos, antes de mais, são para eu pensar... Tenho ainda muito para aprender e melhorar. É por isso que estou na Igreja! Mas... espero que tenhas ficado a reflectir, tal como eu fiquei... podes nunca sair de Portugal, nem conhecer uma grande Igreja, mas uma coisa é certa: podes marcar a diferença e ser uma luz que atrai os outros para Cristo.

Um abraço a todos... e escrevam-me!

Ana Ramalho

in revista Boa Semente, secção BSteen, Setembro 2003

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